Ferrari 430 Spider |
O chassi da F430 é baseado pesadamente em seu predecessor, a 360.
Internamente, ambos os carros são citados como o mesmo modelo (F131),
mas para os mais íntimos, o carro é conhecido simplesmente como o Evo.
Design
O design da F430 foi desenvolvido em conjunto pela Ferrari e pelo estúdio Pininfarina. O estilo se inspira em antigos carros de corrida, com destaque para o modelo 1961, campeão do mundo de Fórmula 1 com Phil Hill, e também nos modernos - na traseira, ele é uma cópia reduzida da Enzo. Segundo a Ferrari, a aerodinâmica recebeu prioridade sobre o visual. A carroceria foi esculpida em túnel de vento,
de modo a se obter um bom coeficiente aerodinâmico (Cx), elevada
pressão contra o solo (down force) e fluxo de ar suficiente para
resfriar freios e motor.
Motor
Em relação ao antecessor F360, o novo V8 cresceu 20% no deslocamento,
encolheu nas dimensões externas e ganhou apenas quatro quilogramas de
massa. Contribuíram para isso novos materiais e componentes de tamanho
reduzido (como o cárter seco e a embreagem de diâmetro menor). O sistema
de admissão foi aperfeiçoado com o uso de dutos e válvulas de dimensões
iguais às dos motores da Fórmula 1.
Comandos de válvulas são continuamente variáveis para admissão e escape
e acionados por um sistema hidráulico de alta pressão. A curva de
potência é quase uma reta (com uma inclinação de 60 graus em relação ao
eixo x). E a de torque corre paralela à de potência até atingir seu
ponto máximo. A 3500 rpm tem-se 23% da potência e 80% do torque. A
potência máxima de 490 cavalos chega a 8500 rpm e o torque máximo de
47,4 mkgf a 5250 rpm. Na pista, o desempenho é fora do comum. Segundo a
Ferrari, o V8 acelera os 1450 quilos da F430, de 0 a 100 km/h, em apenas
4 segundos. E a velocidade máxima chega aos 315 km/h. Com todo esse
rendimento, o motor é capaz de atender aos limites de emissões das
normas européia (Euro 4) e americana (LEV2).
Freios
Os freios da F430 foram projetados com a colaboração da Brembo. O resultado foi uma nova liga do ferro fundido para os discos. A nova liga inclui o molibdênio
que tem um melhor desempenho na dissipação de calor. Uma outra opção
que a Ferrari está fornecendo é a de discos carbono-cerâmicos. A
cerâmica tem uma resistência ao calor muito mais elevada do que metais,
dando, assim, não somente um bom desempenho aos freios da F430, mas
também uma vida útil mais longa. A Ferrari diz que os freios não se
desgatam mesmo depois que 300-350 voltas no Circuito de Fiorano, sua pista de testes.
Inovações Tecnológicas
O volante da F430 é uma síntese dos que estão nas Ferrari de Fórmula 1, pilotadas por Felipe Massa e Fernando Alonso.
Nas pistas de corrida os pilotos contam com diversos seletores que
ajustam parâmetros como tempo de troca de marchas, controle do
diferencial e abertura da borboleta. Nas ruas, os motoristas têm a opção
de cinco programas que regem o comportamento do carro, interferindo na
suspensão, na transmissão e nos demais controles eletrônicos. Fora das
pistas, não faz sentido regular individualmente cada função do carro,
como a distribuição de torque entre as rodas, por exemplo, a cada curva.
Os programas desenvolvidos para a F430 proporcionam diferentes graus
de esportividade, ao gosto do motorista. Mas a Ferrari recomenda que a
seleção respeite as condições de aderência das vias. No primeiro,
chamado Ice (gelo), a intervenção dos sistemas eletrônicos é total.
O câmbio entra no modo automático, com trocas suaves e sem esticar as marchas, e o controle de estabilidade e tração (CST) trabalha da forma mais segura possível. Essa opção deve ser usada quando se roda sobre neve ou gelo. No segundo, Bassa Aderenza (baixa aderência), o câmbio pode ser usado no modo manual, mas o CST
ainda se mantém precavido. É o ideal para uso em pista molhada. O modo
intermediário é o standard do carro, que a Ferrari batizou de Sport. Com
ele ocorre o melhor compromisso entre estabilidade e desempenho.
Em relação aos anteriores, a suspensão adquire um comportamento mais
esportivo e o CST se torna mais tolerante. É recomendado para pista
seca. Quem busca uma direção mais esportiva pode optar pela Race
(corrida). Essa, segundo a fábrica, deve ser usada somente em circuitos
fechados, onde o carro pode ser desfrutado sem maiores riscos.
O câmbio reduz o tempo das trocas de marcha, o CST só atua em
situação de risco e a suspensão fica mais firme. No quinto estágio
(representado pela sigla CST), a estabilidade não é mais controlada pela
eletrônica, apenas o ABS permanece a postos.
O piloto assume total responsabilidade por seus atos. Até mesmo o
diferencial eletrônico tira uma folga. Nessa modalidade, entra em
operação um programa fixo padrão para condições de máximo desempenho. O
câmbio e a suspensão permanecem configurados com o comportamento do modo
anterior.
E-Diff
A eletrônica já foi acusada de inibir o prazer de dirigir um
esportivo com intervenções arbitrárias. Mas a F430 é a prova de que a tecnologia
evoluiu e se tornou aliada de quem gosta de acelerar mais fundo. Além
da suspensão, do câmbio e do manettino que comanda o comportamento do
carro, a F430 dispõe de um controle de largada, semelhante ao dos carros
da F-1. Com esse dispositivo acionado, o motorista pode elevar o giro
do motor a até 7000 rpm antes de soltar o pé do freio e liberar o carro
para arrancar. E o que dizer do E-Diff, que distribui continuamente o
torque do motor para as rodas sem perdas? Sua ação foi decisiva para que
a F430 baixasse em 3 segundos o tempo da volta em Fiorano, em
comparação com sua antecessora, a F360. A volta caiu de 1 minuto e 30
segundos para 1 minuto e 27 segundos (o circuito tem 2976,4 metros de
extensão). Para permitir que os pilotos contornem o circuito em maior
velocidade, o E-Diff usa e abusa da eletrônica. Ele monitora a posição
do pedal do acelerador, o ângulo de esterçamento do volante, a rotação
da carroceria em relação a seu eixo vertical e a diferença de rotação
entre as rodas..
F430 Spider
Mais uma bela obra do estúdio Pininfarina, o carro passou por
simulações de aerodinâmica com os mesmos programas usados pelos modelos
de Fórmula 1, garante a empresa.
A Spider traz recursos como o diferencial eletrônico e o manettino,
o seletor no volante que permite ajustar facilmente diversos sistemas
do veículo. Não poderia faltar a cobertura de vidro que deixa o motor
central aparente. A exposição dessa obra-prima é assegurada mesmo com a
capota (de comando elétrico) recolhida.
A mecânica da conversível é a mesma do cupê: motor V8 de 4,3 litros e
aspiração natural, potência de 490 cv a 8.500 rpm e torque de 47,4
m.kgf a 5.250 rpm. A Ferrari anuncia máxima de 310 km/h e 0–100 km/h em
4,1 segundos.
Nome | Ferrari F430 | ||||||
Construtor | Ferrari | ||||||
Produção | 2004 — 2009 | ||||||
Modelo | |||||||
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Classe | Esportivo | ||||||
Carroceria | Cupê ou conversível | ||||||
Ficha técnica | |||||||
Motor | V8, 4.3, 490 cv | ||||||
Caixa de velocidades | Semi-automática, 6 marchas | ||||||
Layout | Tração traseira | ||||||
Dimensões | |||||||
Comprimento | 4510 mm | ||||||
Largura | 1923 mm | ||||||
Altura | 1214 mm | ||||||
Peso | 1450 kg | ||||||
Modelos relacionados | Aston Martin V8 Vantage Aston Martin DB9 Ford GT Lamborghini Gallardo Audi R8 Panoz Esperante Porsche 997 Turbo Chevrolet Corvette Z06 Dodge Viper |
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Cronologia | |||||||
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