O conceito
de ônibus como modalidade de transporte público tem sua origem na cidade de Nantes, França onde,
em 1826, Stanislav
Baudry
decidiu estabelecer um transporte entre o centro da cidade e as instalações de banhos
públicos de sua propriedade em Richebourg, nos arredores da cidade. O
serviço combinava as funções das carroças hackney com as das diligências que
percorriam uma rota pré-determinada, transportando passageiros e correio. O
veículo era dotado de bancos de madeira ao longo do mesmo e a entrada era
efetuada por trás.
O termo
ônibus parece vir do local onde os carros faziam o ponto final, diante de uma
chapelaria, cujo dono, Omnes, em um jogo de palavras com seu próprio nome,
denominou Omnes Omnibus, "tudo para todos". O nome pareceu
bastante apropriado para o novo transporte coletivo e por associação foi
adotado por este. Em outras versões da história, porém, ônibus simplesmente
decorre de voiture omnibus ("carro para todos".O
aparecimento do ônibus foi fator fundamental para o surgimento dos serviços de
transporte público. Transportar passageiros demonstrou ser tão economicamente
interessante que Baudry abandonou o negócio dos banhos e passou a dedicar-se
exclusivamente a isso. Foi em Paris, no entanto, que ele resolveu em 1828 fundar, com outros
sócios, a Entreprise Générale
des Omnibus.
Seja por
emulação direta ou porque a ideia já pairava no ar, em 1832 já teriam sido
implementados serviços semelhantes em Bordéus e Lyon. Um jornal de Londres
registrou, no dia 4 de Julho de 1829, que "o novo veículo, chamado de omnibus,
começou a fazer a ligação de Paddington à cidade". Esse serviço era operado por
George Shilibeer. Em Nova Iorque,
foram lançados serviços de omnibus no mesmo ano, quando Abraham Brower,
um empreendedor que organizou companhias voluntárias de bombeiros, estabeleceu
a ligação ao longo da Broadway começando em Bowling Green; seguiram-se outras
cidades americanas: Filadélfia em 1831, Boston em 1835 e Baltimore em
1844. Em 1830, o britânico Sir
Goldworthy Gurney desenvolveu uma carruagem longa movida a vapor ,
provavelmente o primeiro ônibus motorizado. Mas, nas grandes cidades onde o
transporte coletivo se desenvolvia, a tração animal evoluía para o transporte
sobre trilhos.
Em
1895, Karl Benz
criou o primeiro ônibus movido por um motor a explosão. Dotado de um motor a gasolina de
5cv,
o ônibus de Benz alcançava 15Km/h e transportava até oito passageiros entre as
localidades de Netphen e Deut. O
serviço de ônibus produziu repercussões na sociedade e na urbanização.
Socialmente, o serviço colocava pessoas, em intimidade física sem antecedentes,
espremidos uns contra os outros numa pressão democrática que mesmo a pessoa de
classe média com a mentalidade mais liberal tinha experimentado antes. Só os
mais pobres permaneciam excluídos. Assim surgiu uma nova divisão na sociedade urbana,
dividindo aqueles que possuíam carruagens e os que não possuíam. O
serviço de ônibus estendeu o alcance da cidade norte-atlântica, pós-georgiana e
pós-federal. A caminhada da antiga vila de Paddington
à baixa de Londres era dura até para um jovem em boa condição física. O serviço
de ônibus ofereceu uma nova disponibilidade ao interior da cidade dos seus subúrbios
mais próximos.
Uma
urbanização mais intensa seguiu-se. Dentro de poucos anos, o serviço de ônibus
de Nova Iorque tinha como rival o elétrico
(bonde): o seu primeiro serviço percorria a rua Bowery, que oferecia uma grande
melhoria nas condições por percorrer sobre carris de ferro em vez de andar
sobre estradas de blocos de granito, o que traduzia-se numa viagem mais suave.
Os novos elétricos foram financiados por John Mason, um banqueiro rico, e
construídos por John Stephenson, um empreiteiro Irlandês. Quando
os transportes motorizados comprovaram o seu valor após 1905, um omnibus
motorizado era, por vezes, intitulado autobus.
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