Chevrolet Tracker 2014 |
Dez anos atrás, a Ford estreava um dos seus principais casos de
sucesso no mercado brasileiro, o EcoSport. Concebido para ser um
utilitário compacto nacional e, por isso, mais em conta que os poucos
importados do mesmo segmento que haviam no Brasil, o modelo conquistou a
liderança em vendas, posto que é mantido até hoje. A Renault
contra-atacou com o Duster, em 2011, que duela atualmente com o Eco na
segunda posição.
O fato é que, em sua concepção, o EcoSport foi criado para atuar como
um veículo de entrada para quem deseja posição para dirigir e espaço de
SUV. Uma década após seu lançamento, no entanto, o SUV pode chegar
beirar os R$ 80 mil na configuração topo de linha. De olho nesta faixa
de preço, a Chevrolet passou a trazer o Tracker do México em outubro.
Para quem se lembra, o nome já foi usado por aqui, mas daquele
utilitário esportivo vendido anos atrás não restou nada.
Apresentando os concorrentes desta briga: EcoSport Titanium 2.0 com
câmbio Powershift contra Tracker LTZ 1.8 com transmissão automática. O
primeiro pesa mais no bolso e sai por R$ 75.075, enquanto o segundo
custa R$ 72.190. São semelhantes em oferta de equipamentos, dimensões e
motorização. O vencedor, portanto, levou a melhor por detalhes. Então,
vamos a eles!
Trocando em miúdos
A começar pelo pacote de equipamentos de série, os dois saem de
fábrica com direção assistida (hidráulica no Tracker e elétrica no Eco),
rodas de liga leve (18 polegadas no Tracker e 16 no Eco),
ar-condicionado, controle de cruzeiro, acionamento elétrico dos vidros,
tavas e retrovisores, sensor de estacionamento (câmera no Tracker e
alerta sonoro no Eco), farois de neblina, além de airbag duplo e freios
ABS. Por R$ 3.500, o Tracker agrega airbags laterais e teto solar. Já o
Eco, por R$ 2.615, incorpora as mesmas bolsas laterais e revestimento
parcial de couro.
O Tracker, que já traz couro sintético nos assentos, usa o sistema MY
Link que, por meio de uma tela touch screen, controla sistema de som e
outras funções do rádio. O EcoSport tem o SYNC, operado por comandos de
voz, e sai na frente por contar com controle de estabilidade e de
tração, sistema start stop (que liga e desliga o motor por meio de
botão) e assistente de partida em rampa (segura o carro em uma ladeira
durante três segundos). Nenhum dos dois traz GPS.
Ford EcoSport Titanium 2014 |
Visualmente, Tracker e EcoSport parecem ter o mesmo tamanho. E os
números confirmam a impressão. O comprimento de 4,24 m é o mesmo para os
dois, enquanto na largura e na altura, o Eco é um pouco maior, com 2,05
m (3 cm a menos no Tracker) e 1,69 m (5 cm a menos no Tracker),
respectivamente. O Tracker tem 3 cm a mais no entre-eixos (2,55 m). Para
quem vai na frente, a diferença é mínima, mas se o passageiro tiver
mais de 1,75 m e for atrás, vai sentir um pouco de diferença no espaço
para joelhos. No porta-malas, o Ford leva a melhor com 362 l versus 306
litros do Chevrolet.
A diferença de cilindrada não tem grande interferência na potência.
Mesmo menor, o Ecotec 1.8 flex do Tracker conta com 144 cv (etanol),
enquanto o o Duratec 2.0 flex do Eco tem 147 cv com o mesmo combustível.
No torque, o Tracker gera 18,9 kgfm e Eco alcança 19,7 kgfm, ambos com
etanol. Nos dois casos, folga ao pé esquerdo: o Chevrolet tem
transmissão automática e o Ford conta com automatizada de duas
embreagens. Ambas possuem seis velocidades.
No que diz respeito à comodidade na condução, o EcoSport leva
vantagem pela direção elétrica, mais leve e direta que a do rival, e por
oferecer controle de estabilidade/tração e assistente de partida em
rampa (em uma ladeira, o carro não desce durante três segundos). Em
dirigibilidade, o Ford também ganha pontos pelo câmbio Powershift.
Automatizado, dá menos tranco nas trocas de velocidade, ao contrário do
Chevrolet, que exige alta rotação no conta-giros para passar à próxima
marcha - processo que vem acompanhado de bastante ruído por parte do
motor.
Escolha de Anelisa Lopes - em suas versões topo de
linha, EcoSport e Tracker miram consumidores que ainda não podem
investir em utilitários premiuns, como Kia Sportage ou Hyundai iX35, mas
que desejam ir além de apenas uma posição mais alta para dirigir e um
design atraente. Por isso, focam em tecnologia, comodidade na condução e
na segurança.
Pelo preço, a versão Titanium do EcoSport deve revestimento de couro
dos assentos e uso menos exagerado do plástico no acabamento, mas, além
de oferecer uma melhor combinação entre motor e câmbio que, na prática,
resulta em um carro mais disposto, o EcoSport se mostra mais à frente
que o Tracker, seja pelo desempenho como por diferenciais como a ignição
acionada por meio de botão e pelos controles de tração e de
estabilidade.
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