sábado, 4 de janeiro de 2014

Fiat Divulga Imagem do Último Uno Mille Produzido da História



Última unidade do Mille
A Fiat divulgou na tarde desta sexta-feira (03), a imagem da última unidade do Uno Mille da história. A foto foi tirada na linha de produção do modelo, em Betim, pouco antes da virada do ano e início das férias coletivas. O modelo foi aposentado depois que a Fiat julgou economicamente inviável a instalação de airbags e freios ABS, itens de segurança obrigatórios em 2014.

Foram quase 30 anos de produção nacional e no início o Uno foi encarado como revolucionário, por causa de seu design moderno para a época e até hoje é referência em espaço interno e visibilidade entre os hatches compactos. Com 3,7 milhões de unidades produzidas no Brasil, o Uno deu início a soluções inéditas, como o estepe instalado no vão do motor e o limpador de para-brisa com braço único. Inaugurou no Brasil o segmento dos carros modernos com motorização igual ou menor que 1000cc.

Para marcar este momento na carreira do compacto que ficou conhecido como bota ortopédica por causa de seu formato, a Fiat lançou no final de dezembro a última edição do Mille – a Série Especial Grazie Mille, com tiragem limitada a 2 mil carros que foram numerados. A série especial vem recheada de equipamentos e itens de personalização exclusivos, que inclui a cor verde Saquarema, desenvolvida apenas para o carro. O Grazie Mille exibe tecido exclusivo com o bordado da série, placa com o número do carro no painel, pedaleiras esportivas, forro do teto preto, cobertura em carpete completa do porta-malas, com capa para o triângulo de segurança e extintor e sobretapetes no mesmo material.

Na parte externa, faróis com máscara negra, rodas de liga leve de 13”, ponteira de escapamento esportiva e pintura na caixa das rodas. Frisos e adesivos completam o visual do carrinho. Além da cor verde Saquarema, os interessados também podem comprá-lo no tom prata Bari.

O Grazie Mille também oferece ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, desembaçador/ limpador do vidro traseiro e retrovisor externo com comando interno. O carro também conta com rádio Connect com CD/MP3, viva voz Bluetooth e entrada USB e caixa Subwoofer.

Uma história de sucesso
 
O Mille é uma versão do modelo Uno, que foi concebido para ser o primeiro carro mundial da Fiat. O palco escolhido para sua apresentação à imprensa em 20 de janeiro de 1983 foi o Cabo Canaveral, atualmente Cabo Kennedy, na Flórida, Estados Unidos. O projeto do carro inovador começou no final dos anos 1970, com dois estudos: o 143, desenhado pela equipe de Pier Giorgio Tronville, do Centro Stile Fiat, e o 144, desenhado pela Italdesign de Giorgietto Giugiaro. O projeto 144 seria direcionado para a Lancia, marca de luxo do Grupo Fiat, mas acabou aprovado pela Fiat em dezembro de 1979. Em 1982 começava na Itália a produção em série, após quatro milhões de quilômetros rodados com protótipos.
Inédito: estepe no vão do motor tinha uma função prática

O Uno foi lançado com conteúdos inovadores, como as maçanetas embutidas na versão três portas e o limpador de para-brisa com um único braço, mas de ampla área de varredura. Os bancos ficavam em uma posição elevada, o que aumentava a impressão de espaço. Este inclusive é até hoje um de seus pontos fortes. O interior era moderno e funcional.

Um ponto de destaque eram os satélites do painel, conjuntos de comandos próximos ao volante, e o cinzeiro corrediço e removível. Os instrumentos incluíam um sistema de verificação que apontava defeitos ou irregularidades em diversas funções. Na Europa eram oferecidos motores de 903, 1116 e 1301 cc, com potência de 45, 55 e 70cv, respectivamente. Era um veículo com um conceito simples e moderno, com motor transversal, tração dianteira e suspensão McPherson com mola helicoidal à frente. Na traseira era usado feixe de molas transversal, com rodas independentes. Foi eleito Carro do Ano na Europa no mesmo ano.

O Uno foi lançado no Brasil em agosto de 1984. Veio para substituir o 147, então com oito anos de mercado. Mantinha as linhas do modelo italiano, mas com uma importante diferença: o capô envolvia parte dos para-lamas, o que permitia a acomodação do estepe no compartimento do motor, da mesma forma que no 147, de maneira a ampliar o porta-malas e evitar o incômodo de ter de descarregá-lo para o acesso ao pneu de reserva.

A fábrica também recebeu melhoramentos tecnológicos com o lançamento do Uno. Eram necessárias 470 operações de prensa para construir a carroceria do 147. No Uno o número de operações reduziu-se para 270, uma otimização expressiva que significava também menos soldas e, em consequência, maior resistência do conjunto.

Em três décadas, o Uno contou com várias opções de motorização:1.0 , 1.3, 1.4 turbo, 1.5 i.e e 1.6 m.p.i, mas ele ficou conhecido mesmo foi por seu apelo popular, com o motor ' mil ciclindradas'.

O Uno gerou uma grande família, com a versão sedã Prêmio e a perua Elba. Também virou furgão com o Fiorino e picape com a Fiorino LX, além da versão Uno Furgão. Esses veículos foram substituídos com o tempo com base em outro modelo da marca, o Palio, com exceção do Fiorino e Uno Furgão, que agora passam a ser baseados no Novo Uno.
Em outubro de 1985 chegava a versão esportivo SX, identificada externamente pelo para-choque dianteiro com spoiler incorporado e faróis de longo alcance, calotas integrais e molduras em preto fosco nos para-lamas. Por dentro trazia um painel completo, incluindo conta-giros e manômetro de óleo, e volante de quatro raios em vez de dois.

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