Opel Omega |
Omega foi um automóvel
de luxo produzido pela General Motors no Brasil, Europa (sob o nome
Opel) e Austrália
(pela Holden). Inicialmente, o Omega foi lançado em 1986 pela Opel, uma subsidiária
da General
Motors na Alemanha,
tendo sido produzido na fábrica de Rüsselsheim
até o ano de 2003 e
exportado para vários países em todo o Mundo, inclusive sob
as marcas Vauxhall, Lotus e Cadillac. Em 1992 foi apresentado ao
mercado brasileiro
pela Chevrolet,
produzido pela montadora na cidade de São Caetano do Sul, estado de São Paulo.
Seu lançamento introduziu muitas tecnologias
inexistentes nos demais carros daquela época. Dentre suas inovações, destaca-se
o bom desenho aerodinâmico, a performance, a segurança, o conforto e a
qualidade empregada no acabamento. Tais qualidades conquistaram o prêmio Carro do Ano pela Revista Autoesporte em 1993, Prêmio O
Eleito do Ano, Revista Quatro Rodas de 1993, o Good Design
Award no Japão,
em 1986, 1987, 1988 e 1989, pela sociedade Car of
the Year em 1987,
pela revista australiana Wheels Magazine em 1997 e 2007, o Golden
Snowflake de Design Avançado na França em 1987, e vários outras
premiações na imprensa. A Chevrolet tinha como meta, continuar o mercado
do Opala, um carro desenvolvido a partir da carroceria
do Opel
Rekord C de 1966
e encontrava-se em produção desde 1968, após uma série de adaptações. A primeira geração, Omega
A, foi produzida na Alemanha até 1994, e no Brasil até 1998. A versão introduzida no Brasil em 1992 era a que estava
para ser aposentada na Alemanha, dando ao Omega alguns anos de sobrevida. Essa
estratégia de introduzir modelos decadentes no 1º mundo em paises emergentes
continua sendo utilizada pelas grandes montadoras.
A segunda geração, Omega B, foi lançada na
Alemanha em 1994,
não chegou a ser vendida oficialmente no Brasil, embora algumas unidades tenham
sido importadas por empresas independentes. Em 1999 passou por um face-lift
para o mercado Europeu, prorrogando suas vendas até 2003, quando foi dada
por encerrada a sua produção. A segunda geração introduzida oficialmente no
mercado brasileiro, em 1998,
viria a ser produzida pela Holden, uma subsidiária da General
Motors, com fábrica localizada na cidade de Elizabeth, na
Austrália.
O modelo vendido no Brasil era referente ao Holden Commodore VT
australiano, o qual compartilha da mesma plataforma do Omega B alemão.
Manteve-se com vários aprimoramentos até o ano de 2007, correspondentes
aos modelos VX, VY e VZ do Commodore australiano. Em
2007, houve uma
reestruturação geral do modelo, utilizando a plataforma Zeta, um chassi
moderno, inteiramente novo. Este modelo foi produzido na Austrália como Holden
Commodore VE até o ano de 2013, mas comercializado no Brasil com a marca Chevrolet
somente até o ano de 2012.
Em 1992, o carro grande da General Motors do Brasil era o veterano Chevrolet
Opala. Fabricado no país desde 1968, com base no Opel Rekord C alemão e na mecânica do
Chevrolet Nova norte-americano. O desenvolvimento de um sucessor do Opel Rekord
e Senator na Alemanha começou no Outono de 1981. Ao custo de 2,5
milhões de marcos alemães, o maior valor já investido pela Opel
até aquele momento, o Omega foi apresentado como o Carro V, um veículo
inteiramente novo, com uma plataforma nova, espaço para cinco ocupantes e com
motor longitudinal e tração traseira. A criação do seu desenho levou mais de 1400 horas
de estudos em túneis de vento com maquetes em escala e modelos em tamanho real
nos estúdios da Opel Design Center, Universidade Técnica de Stuttgart e Pininfarina,
na Itália.
O Opel Omega A veio a ser apresentado ao mercado
europeu em 1984,
onde manteve-se em produção até 1994, ao ser substituído pelo Omega B. No Brasil, em 1992, diante da
concorrência de outros automóveis de luxo como o Toyota
Camry ou Honda Accord, a GM apresentou o Omega. Com projeto
identificado como 1700, baseado na Plataforma V já utilizada pela
Opel na Alemanha. O novo modelo da marca chegava às ruas 25 meses depois da
decisão de sua fabricação. O Chevrolet Omega foi lançado no Brasil em agosto de
1992, já como modelo
1993, nas versões sedã e station wagon sob o nome Chevrolet Suprema.
Com 4,74 m de comprimento e 2,73 m entre os
eixos, o veículo chegou ao mercado com duas opções de motorização e de
acabamento: GLS (Gran Luxo Super) com motor 2.0, e a CD (Comfort
Diamond) com o motor 3.0 de seis cilindros em linha importado da Alemanha,
fornecido pela Opel.
Ambos os modelos com motores montados em posição longitudinal e tração
traseira. O motor 2.0 de quatro cilindros e oito válvulas do GLS era o mesmo
motor "Família 2" utilizado nas linhas Monza
e Kadett, entretanto, vinha equipado com injeção
eletrônica multiponto Bosch
Motronic, de processamento digital e sensor de detonação (na versão a álcool),
e sensor de oxigênio no escapamento. Rendendo 116 cv de potência, permitindo
alcançar 190 km/h de velocidade máxima e gastava 12,65 segundos para
atingir 100 km/h na versão a gasolina partindo da inércia.
Ainda em 1993, a GM apresentaria
o Omega GLS 2.0 a álcool, proporcionando um aumento de potência e performance
neste modelo. A nova potência divulgada era de 130 cv e, segundo testes da
imprensa, o veículo era capaz de acelerar de 0 ao 100 km/h em 11,11s e
atingir 199 km/h de velocidade final. O 3.0L de seis cilindros possuía comando de válvulas no cabeçote,
fluxo de admissão e escape do tipo reverso, e tanto o bloco como o cabeçote são
compostos de ferro
fundido. Desenvolvia 165 cv de potência e levava o modelo de 0 a 100 km/h
em 9,5 segundos. À este motor, era oferecido de série câmbio manual de 5
marchas (o primeiro com marcha a ré sincronizada), e, opcionalmente, câmbio automático
de quatro marchas 4L30-E, com três programas de funcionamento (normal,
"sport" e anti-patinação). Além disso, o carro
alcançava 222 km/h (212 km/h com câmbio automático) em testes da imprensa
na época. Um dos poucos carros que quebravam a barreira dos 200 km/h.
O Omega, em seu interior, era destacado por amplo
espaço para os passageiros. Os cinco ocupantes podiam ser bem acomodados nos
bancos (com revestimento de couro disponível opcionalmente a partir de 1995), detalhes
como computador de bordo, painel de instrumentos digital em cristal líquido, ar-condicionado
e teto-solar
elétrico, controle automático de velocidade, vidros elétricos com função
um-toque integral, retrovisores elétricos com desembaçador e retrovisor interno
fotocrômico. O Omega também oferecia um sistema de áudio jamais
visto em outros modelos, onde havia dois aparelhos separados, um toca-CD e um toca-fitas Cassete,
devidamente dotados de amplificador de potência. Como itens de segurança,
freios ABS e caso houvesse um acidente, luzes internas e pisca-alerta eram
ativados automaticamente. Soluções para a aerodinâmica
e o design está presente em muitos detalhes, como frente em cunha e sem anexos, palhetas
do limpador dos vidros escondidas sob o capô, janelas laterais rentes à
carroceria e que correm pelo lado de fora, em uma espécie de trilho, maçanetas
totalmente embutidas e caimento suave da traseira. Tudo isso fez o carro ter um
coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas
0,30 (0,28 na Europa).
Uma nova suspensão
independente de braços semi-arrastados foi desenvolvida para a plataforma do
Omega, ao contrário das suspensões de eixo rígido comuns à maioria dos modelos
dessa configuração, inclusive do Opala. Na dianteira, suspensão
McPherson, com amortecedores à gás nas versões de seis cilindros.
Graças a tração ser nas rodas traseiras, há a vantagem de se permitir maior
capacidade de esterçamento das rodas dianteiras, facilitando consideravelmente
as manobras em espaços pequenos. A versão station wagon do Omega,
batizada de Suprema, viria a ser lançada em abril de 1993, e teve uma vida
curta, mantida em produção até o ano de 1996. Podia levar 540 litros de bagagem. A tração
também era traseira e a suspensão contava com um sistema de nivelamento pneumático
constante que deixava a traseira da perua sempre na altura correta,
independente da quantidade de carga no seu porta-malas. Em 1994, foi lançada uma
série limitada do Omega batizada de Diamond, tinha acabamento GLS,
equipada com o motor 3.0 L. Surgiu também a versão GL, uma versão mais
despojada, que trazia um acabamento mais simples, normalmente dotado de motor a
álcool,
dedicada aos frotistas
e taxistas.
Neste mesmo ano o Omega sofria uma reestilização completa na Europa.
A partir de 1995, a linha recebeu
novos motores 2.2L de quatro cilindros e 4.1L de seis cilindros
em linha, em substituição aos motores 2.0L e 3.0L, respectivamente. O motor 4.1i
em sua essência é o mesmo do Opala, mas com aperfeiçoamentos tecnológicos que o
aumentaram o seu rendimento, com maior suavidade e menor consumo, em comparação
ao motor que equipou o Opala Diplomata SE 4.1. Projetado pelos
engenheiros da Lotus, as peças tiveram o peso reduzido, o cabeçote
recebeu dutos de admissão e escape individuais e a injeção eletrônica entrou em cena. Com isso o
novo propulsor passou a desenvolver 168 cv de potência, e o torque ficou em
29,1 kgfm a 3.500 rpm. Seria utilizado na versão de topo CD, mas os modelos com
o acabamento GLS também receberam esse propulsor.
A substituição do motor de 4 cilindros foi
motivada pela falta de força em baixas rotações do motor 2.0 diante dos seus
1.350 kg, relatada pelos clientes. Agora o motor se transformava para 2.2
com o aumento do curso dos pistões. O torque, que era de 17,3 kgfm subiu para 20,1 kgfm a 2.800 RPM.
A potência continuava inalterada. Já o motor 4.1i foi mantido em
produção devido ao encerramento da produção do motor 3.0, pela Opel, na
Alemanha. Por lá, a nova geração, Omega B passava a utilizar um moderno
motor batizado ECOTEC MV6, um 3.0L com 24 válvulas de 210 cv e 27,4 kgfm
de torque. Também para o ano de 1995, o acabamento na versão CD também foi melhorado em alguns detalhes:
apliques que imitam a madeira nas portas e no console do câmbio, bancos de
couro opcionais, novas rodas com design mais charmoso (popularmente conhecidas
como Powertech), lanternas traseiras fumê, e um discreto aerofólio
na tampa do porta-malas.
Para o ano de 1998, último ano de
fabricação do Omega no Brasil, a Chevrolet preparou o que pode ser considerada
uma série especial de despedida, com alguns itens exclusivos: Rodas com desenho
esportivo, novos logotipos e emblemas, painel com tipografia
diferenciada e iluminação em tom verde, tecla para travamento central das
portas, sistema de proteção de sobrecarga elétrica, e alguns pequenos ajustes
no motor para reduzir o consumo. A última unidade do Omega fabricada no Brasil,
esteve cedida pela General Motors para exposição no Museu da Tecnologia da ULBRA, em Canoas, Rio
Grande do Sul, mantido até o ano de 2010. Mas atualmente encontra-se aos
cuidados de um colecionador particular. Na Austrália, o Holden Commodore VT
é a décima geração dos Commodores. Projetado em 1997 para substituir a
geração anterior do Commodore (VS), que também utilizava por base a
estrutura do Omega A. O Commodore VT foi desenvolvido pela Holden
utilizando a mesma plataforma do Opel Omega B alemão. Mas possuía design
diferenciado e teve sua suspensão dianteira simplificada, perdendo o braço de
controle de convergência. A motorização era por conta do robusto Buick 3.8
de seis cilindros em V e comando no bloco (OHV), com 200 cavalos e 30kgfm de
torque, aplicados ao câmbio automático 4L60-E de quatro velocidades. A
transmissão e suspensão traseira de braços semi-arrastados era mantida similar
ao do Omega A nacional, com poucas mudanças.
A segurança era aperfeiçoada, com o uso de airbags
e barras de proteção nas portas. Neste modelo, a General Motors demandou da
Holden a produção do modelo em versões com a posição do motorista do lado
direito e do lado esquerdo também, para viabilizar a comercialização
globalizada do veículo. Em 1999, a General Motors do Brasil deu início a importação do
Omega diretamente da Austrália. A única versão oferecida seria a de sedã
4-portas. O modelo vendido no Brasil sob nome Chevrolet Omega CD era
referente ao Holden Commodore VT australiano. Apesar da Holden produzir
uma série de variações do Commodore, entre elas destacam-se as versões
esportivas com motorizações V8, a station wagon e utilitários pick-up,
a General Motors do Brasil dedicou-se a importar somente uma única versão sedan,
a topo-de-linha com motor V6.
Esta geração manteve-se com vários aprimoramentos
até o ano de 2007,
correspondentes aos modelos VX, VY e VZ lançados na
Austrália pela Holden. A saber: Em 2001, um leve retoque deu ao Omega faróis com um novo desenho e
grade do radiador deixava de ser bipartida, com um aro cromado interligando os
faróis. As grandes lanternas traseiras deixavam de ser unificadas através da
tampa do portamalas da versão anterior, passando a serem apenas duas lanternas
menores individuais em cada extremidade. Em reforço da segurança, o modelo
ganhou um novo sistema de freios ABS Bosch versão 5.3, e
passou a ser dotado de airbags laterais. Em 2003, um trabalho de
reestilização mais extenso renovou todo o desenho da carroceria e interior. Os
projetistas da Holden adotaram um design com linhas mais angulares e retas. O
painel era modernizado e com o console com elementos dispostos de formatos mais
retangulares e simétricos.
Em 2005 o veículo passou a ser equipado com um novo propulsor, o
moderno motor Alloytec 3.6 24V de 254 cv e 35 kgfm de torque, com bloco
e cabeçote
de alumínio,
com duplo comando de válvulas variáveis em ambos os
cabeçotes (DOHC
combinado ao VVT), coletor de admissão variável, virabrequim
roletado e forjado, resfriamento dos pistões a jato de óleo, bielas forjadas,
dois sensores de detonação, e ignição direta individualizada. A caixa de
marchas também foi substituída pela 5L40-E automática sequencial de 5
velocidades. A segurança ativa tambem foi incrementada, com a inclusão do
controle de estabilidade e de tração eletrônicos. Lançado na Austrália
em 2006, o Holden
Commodore VE é o primeiro modelo Commodore inteiramente projetado na
Austrália, ao invés de apenas tomar por base uma plataforma Opel. Com isto, o
custo de desenvolvimento deste modelo informado pela GM foi de 1 bilhão de Dólares Australianos. Logo em 2007, a General Motors
introduziu este modelo ao mercado brasileiro. A nova plataforma desenvolvida,
batizada de Zeta, é maior e mais espaçosa, com maior distância
entre-eixos (2,91 m). Trazia aprimoramentos como uma suspensão independente do
tipo multi-link, mais sofisticada. O motor é posicionado praticamente
atrás do eixo dianteiro, e a bateria fica localizada no porta-malas. Garantindo
uma distribuição de peso igual (50%/50%) entre os eixos com um baixo centro de
gravidade, melhorando consideravelmente a dirigibilidade.
Inicialmente, o motor e transmissão foram
mantidos os mesmos do ainda moderno modelo anterior VZ, equivalente ao Chevrolet
Omega B de 2005,
mas com nova calibração para melhor rendimento. O desenho deste novo modelo
incluia características inovadoras para minimizar os custos de exportação, como
por exemplo, um console central simétrico, facilitando a montagem do freio de
mão numa posição mais adequada para os países que não fossem de mão inglesa. E
as dobradiças do portamalas pantográficas, eliminando o problema das antigas
dobradiças intrusivas ao compartimento da bagagem.
É notável que a plataforma Zeta do Chevrolet
Omega é compartilhada com carros da GM como Chevrolet
Camaro 2010, Pontiac G8 2008-2010, Vauxhall VXR8 2007, Chevrolet
Lumina e Chevrolet Caprice, estes dois últimos, conhecidos
utilizados como frota da polícia americana. A versão vendida no Brasil, manteve
o motor Alloytech 3.6 24V com o moderno câmbio automático de 5 marchas
com controle de tração (TCS) e de estabilidade
(ESP), tração
traseira, suspensão traseira independente four-link, suspensão dianteira
MacPherson de duplo pivô, freios a disco com controle eletrônico total (ABS/EBD).
Entre outros muitos recursos de segurança, equipamentos e acessórios.
Desde seu lançamento, o Holden Commodore VE
(Chevrolet Omega C) ganhou bastante crédito da mídia especializada, recebendo
vários títulos e prêmios no Brasil e no mundo. Em 2011, a Chevrolet introduziu
uma edição especial com a marca Omega Fittipaldi, em homenagem ao piloto
Emerson Fittipaldi, trazendo como novidade o
sistema de injeção direta de combustível ao motor Alloytec 3.6 24v SIDI,
elevando sua potência para 292 cv de potência e 36,7 kgfm de torque. E
combinado a sua nova transmissão automática 6L50 de 6 marchas de trocas
sequenciais, o grande sedã de tração traseira é capaz de ir de 0 a 100 km/h em
6,8 segundos e tem velocidade máxima limitada eletronicamente a 235 km/h. Seus
para choques ganharam novo desenho, possibilitando um coeficiente aerodinâmico
(Cx) de apenas 0,33.
As novidades nos itens de conforto foram poucas,
mas vale o destaque para o seu sistema multimídia, com navegação por GPS e
conexão com iPod/USB à central com tela
LCD sensível ao toque. O acabamento interno diferenciado pelos painéis em dois
tons, com e bancos de cor bege nos bancos e de cor preta nas portas. Com a
renovação da frota promovida pela General Motors do Brasil a partir de 2012, o
sedã Omega teve a sua importação encerrada, deixando a linha sem substituto da
mesma categoria no mercado nacional.
DIVERSI-CAR
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